O Som Que Tocou a Minha Alma
como a vibração poderosa, sutil e relaxante de uma tigela de cristal de quartzo abriu portas inesperadas na minha vida.
Nesse artigo vou contar uma história inusitada de um som que me impactou profundamente.
Um som simples, uma única tonalidade. Sem melodia. Quase sem variação, e com um timbre que me hipnotizou na primeira vez que o escutei.
Sempre gostei de música, desde a minha adolescência. Ela sempre desempenhou um papel muito importante na minha vida. Me ajudou em momentos difíceis, me alegrou e confortou.
Mas um som como esse, uníssono, como poderia atrair tanto a minha atenção? Eu não conseguia explicar.
O que eu entendi bem depois, é que eu estava sendo levado pela vida a experimentar pela primeira vez as ondas sonoras desse instrumento, que entraram no meu cérebro através dos ouvidos, e perpassaram meu corpo como vibração.
E essa experiência mudou a minha vida. Vem comigo que vou te contar como.
A surpresa
Eu e a Rita estávamos juntos desde 1996, já havíamos fundado o CCA - Centro para Cura das Atitudes no Brasil, eu estava trabalhando com o “The Work” ocasionalmente e tinha um emprego tempo integral em uma empresa de tecnologia.
Quem nos ajudava a nutrir a semente da cura das atitudes era a Maria Cristina, a amiga da Argentina que ministrou o primeiro workshop no Brasil. Ela vinha praticamente duas vezes ao ano para dar seminários, palestras e cursos, e numa das vezes, em Novembro de 2006, veio junto com um amigo, Daniel Brower, para dar cursos ligados à cura das atitudes.
Fomos pegá-los no aeroporto, e depois dos abraços perguntamos: “Mas o que é essa sacola estranha aí na mão de vocês?”. Eles falaram que iam nos contar sobre elas apenas quando chegássemos ao hotel. Quando chegamos no quarto, eles pediram para sentarmos e fechar os olhos. Em seguida, comecei a ouvir um som - que eu nunca mais esqueci - que entrou em mim de uma forma que eu não conseguia explicar. Me fez bem. Me induziu paz. E me deixou perplexo.
Era o som de uma tigela de cristal de quartzo.
Eles trouxeram as tigelas e as usaram nos workshops de cura das atitudes. Nas paradas estratégicas em nossa casa, que às vezes demoravam muitas horas, nós tocávamos as tigelas.
Fizemos juntos um “city tour” muito especial, que envolveu dois locais muito especiais próximos a São Paulo: o templo budista Zulai em Cotia, e o Solo Sagrado, que fica as margens da Represa de Guarapiranga, um lugar de natureza exuberante que indico para todos que o visitem. É claro que tocamos as tigelas também nesses lugares.
Mas foi no Solo Sagrado que eu e a Rita fomos “iniciados” na arte de tocar a tigela de cristal. Eu toquei a tigela do Daniel e a Rita tocou a da Maria. Essa foto é o registro desse momento.
Ou seja, enquanto eles estiveram aqui nós tocamos e ouvimos muito o som das tigelas de cristal. Ficamos plenamente preenchidos daquele som, e quando eles foram embora, ficou uma sensação de vazio.
O som das tigelas havia ido embora com eles!
A procura
Depois desse dia não sosseguei, eu queria aquele instrumento para mim. Mas, como ele não é fabricado no Brasil, tive que ir atrás de importar. Depois de muita pesquisa em um tempo em que a Internet estava engatinhando, encontrei as tigelas que poderia comprar e dei um jeito de fazer chegar no Brasil.
Demorou, mas consegui. A busca que começou em Dezembro de 2006 chegou ao fim apenas em Maio de 2008. Me lembro até hoje da alegria quando estávamos abrindo os pacotes. Chegaram três: uma para mim, outra para a Rita e a última para um amigo. Inteirinhas, lindas, fofas e poderosas!
Começamos a tocar
A primeira coisa que o Daniel, o amigo que nos apresentou as tigelas disse foi: “Quanto mais vocês tocarem, mais sentirão o efeito benéfico em suas vidas.”
E foi o que fizemos. Tocávamos todos os dias, pelo menos por 10 min, para nós mesmos. Queríamos aprender o que esse som que vinha do cristal trazia de bom para nós.
Uma das primeiras coisas que ficou muito evidente era a alegria em tocar, aquela motivação genuína em produzir aquele som mágico. Como um instrumento musical poderia ser tão fácil de tocar, a ponto de qualquer pessoa tirar um som lindo em minutos?
Eu, que nunca tinha ido a um conservatório antes, estava ali produzindo um som com um instrumento. Isso era demais! Com o tempo, percebi que tocar a tigela de cristal é uma mistura entre arte e técnica, o que fui desenvolvendo ao longo dos anos.
Eu ia melhorando a minha forma de tocar aprendendo com a própria tigela, pois não existiam professores ou cursos naquela época, nem lá fora e muito menos aqui. É incrível como a tigela fala com a gente, é só aprender a escutar (na verdade era um “eu” mais sábio falando comigo mesmo).
Outros resultados igualmente importantes foram aparecendo, e um dos mais evidentes foi a harmonia geral entre o casal e em casa. Sentíamos isso no nosso dia a dia, nas questões de relacionamento, e na energia geral da casa, com a maioria dos amigos comentando que a energia estava “muito gostosa”.
Atendendo o desejo dos amigos
Como nós dois sempre participamos de grupos de desenvolvimento espiritual, foi quase que automático começar a mostrar as tigelas de cristal para os amigos dessas comunidades, que adoravam o som e sempre perguntavam: “Como faço para ter uma dessa? Eu quero!”.
Falei com o Daniel, que me indicou um fornecedor de Houston, Texas, EUA. Entrei em contato, fiz as negociações e começamos os procedimentos para importação.
Eu montava um grupo de 6 pessoas e trazia um conjunto de 7 tigelas, ficando com uma para aumentar a nossa coleção.
Depois de alguns percalços bastante desafiadores no processo de importação, o fornecedor dos EUA desistiu, dizendo que o procedimento para enviar para o Brasil era muito complexo. E assim desfizemos a nossa parceria.
De qualquer forma, essa ação resultou na alegria de vários amigos, que receberam suas tigelas, e também nossa, que começamos a ver a nossa coleção aumentar. Isso fomentou uma pequena comunidade de pessoas que tocavam as tigelas juntas, o que sempre foi um enorme prazer e alegria.
Mas, como dizem por aí, existem males que vem para o bem. Com a negativa do fornecedor dos EUA, me voltei novamente para o Daniel e lhe perguntei o que eu poderia fazer diante desse quadro, já que mais amigos queriam as tigelas.
Ele me indicou um fabricante na China, que depois soube era o mesmo que atendia o meu antigo fornecedor dos EUA. Sim, muitas das tigelas foscas dos EUA também vêm da China.
Nossa primeira importação da China aconteceu em Maio de 2010, quando trouxemos 50 tigelas.
Ensinando e tocando para os outros
Quando tocávamos, eu e a Rita juntos ou separados, a aceitação era sempre ampla, com as pessoas adorando a experiência. Essas pessoas espalhavam a boa nova, e outros espaços nos chamavam. E assim começamos a oferecer o som terapêutico, ou terapia do som, ou sound healing, com tigelas de cristal, para uma audiência cada vez maior.
Uma outra coisa interessante que começou a acontecer é que pessoas próximas, muitas da família, que estavam passando por momentos desafiadores, pediam para tocarmos para eles. Nessas situações, apenas mentalizamos a pessoa em questão saudável e alegre e tocamos as tigelas. Confiamos que o som fará o resto.
E assim começamos a tocar para outras pessoas, tanto presencialmente, em banhos sonoros e concertos meditativos, quanto em eventos, aulas de yoga e meditação, empresas e em muitos outros lugares
.Essa foi uma época mágica, em que a nossa motivação era estar a serviço do som das tigelas. Dizíamos SIM para todos que nos convidavam a tocar. E a minha paixão pelo som terapêutico foi ficando cada vez mais forte.
Mudanças e transformações
Em Julho de 2008, eu e a Rita fizemos uma viagem e levamos as nossas tigelas recém chegadas. Foi a nossa primeira experiência tocando na natureza. Tocamos em lugares muito lindos na Serra da Mantiqueira e em Carrancas - MG.
E foi lá em Carrancas, tocando as nossas tigelas em montanhas e cachoeiras, que decidimos que era hora de deixarmos a cidade grande e morarmos mais para o interior, numa cidade mais calma. Em Setembro de 2009 estávamos em Itapecerica da Serra, pertinho de São Paulo, e daqui não saímos até hoje
Um ponto marcante nessa jornada foi a pós em musicoterapia, que cursei na FMU em São Paulo durante todo o ano de 2011. Eu queria entender melhor esse mundo do som - afinal, dizem que ele pode nos ajudar de alguma forma a ter uma vida melhor, seja física, mental, emocional ou espiritualmente, e eu buscava saber como.
Foi uma experiência que abriu muito os meus horizontes, e que me permitiu trabalhar na junção música-terapia do som-musicoterapia de forma a criar uma visão integrada das três (ficando por aqui você vai aprender direitinho a diferença entre eles).
Bem, até essa época da pós eu estava empregado período integral como gerente de projetos de tecnologia em uma empresa financeira de grande porte. Na verdade, eu já havia me preparado para que o ano de 2011 fosse o meu último como empregado no mundo corporativo.
E foi isso que aconteceu, finalmente, depois de tanto tempo, havia conseguido fazer a minha transição de carreira. Comecei 2012 com a ideia firme de trabalhar com treinamento corporativo, enquanto levava o trabalho com as tigelas de cristal como hobby.
Mas, por uma série de eventos muito sincrônicos, o destino não abriu as portas das empresas de treinamento, e eu então decidi colocar lenha no fogo das tigelas de cristal.
Nasce a Som de Cristal
Me lembro como se fosse hoje, eu e a Rita conversando para decidir: ou continuaríamos vendendo as tigelas como hobby, ou criaríamos uma empresa para levar a sério a empreitada. Decidimos criar a empresa.
Assim, em Novembro de 2014, nascia oficialmente a Som de Cristal como empresa. Até esse momento tínhamos vendido muitas tigelas Brasil afora, além de ter ministrado vários cursos, mas tudo sempre de maneira informal.
Era o início de uma grande aventura, a jornada do meu estágio como empreendedor. A operação não era trivial: envolvia importar da China, manter um estoque mínimo, divulgar (site, redes sociais, etc…) e administrar a empresa nas suas várias frentes.
Foi assim até o primeiro ciclo de sete anos da empresa. Tive que aprender muita coisa que não sabia e fazer muita coisa que não queria. Mas consegui consolidar a operação, chegamos a ter três funcionários além de nós dois, um site, redes sociais consolidadas e uma base de e-mail relativamente grande, além de um ótimo relacionamento com fornecedores.
Eu basicamente vivia correndo atrás da operação, fazendo com que ela funcionasse a contento. Fazíamos eventos e cursos, mas esses eram sempre relegados a um segundo plano de importância, porque o dia a dia da empresa me solicitava muito.
Isso foi me deixando infeliz.
Quando chega a hora dizer “não”
O custo de ficar sete anos muito focado na operação da empresa foi alto: um “quase burnout” no fim de 2021.
Esse foi um momento marcante, uma crise de proporções gigantescas na minha vida, que culminou num grito de independência:
“Eu quero voltar as minhas raízes, eu quero ensinar, aprender e estudar. Não quero somente vender produtos e trabalhar com a administração da empresa. Quero voltar a dar cursos, me envolver com pessoas e comunidades.”
Demorou até eu chegar a essa conclusão. Sou “duro na queda”, como diria a Rita, um capricorniano teimoso. Bem, cada um de nós tem o seu limite, não é mesmo? Eu cheguei no meu, no começo de Dezembro de 2021. Naquele dia eu decidi que não queria mais continuar com a venda de instrumentos. Ou eu encontrava um sócio, ou a empresa fecharia.
Fiquei tentando imaginar quem poderia se candidatar a ouvir uma proposta de sociedade, e cheguei basicamente a duas pessoas, que prontamente não toparam. Ao pedir ajuda a Deus, e também a Nossa Senhora, ouvi um sussurro no meu ouvido: “Marco”.
O Marco era uma pessoa que eu já conhecia desde 2018, quando ele passou a ser fornecedor da Som de Cristal. Como ele já comercializava a matéria prima dos instrumentos de cristal para as indústrias e universidades, foi fácil convencê-lo a criar uma fábrica de instrumentos dentro da empresa que ele já possuía.
E assim começamos a ter um fornecedor nacional de alguns instrumentos. Quanto as tigelas, elas eram e continuam a ser importadas porque não existe similar nacional.
E foi todo esse relacionamento de três anos, passando pela pandemia juntos, um ajudando o outro, que provocou aquele sussurro que na pressa não ouvi. Mas quando eu parei e escutei, disse para mim mesmo: “Mas é claro, é óbvio que o Marco é a pessoa mais indicada para ouvir uma proposta de sociedade da Som de Cristal.”
Dividir para esclarecer
Ele topou!
Foi em Agosto de 2022 a virada oficial, quando a operação da Som de Cristal começou efetivamente a ser tocada pelo Marco.
Isso propiciou uma coisa muito importante, que não estava muito clara no início mas que com o passar do tempo foi ficando: a venda dos produtos era uma coisa; e ensinar a usar o produto para usufruir dos seus benefícios era outra.
E foi isso que levou a criação de duas empresas, a Som de Cristal Produtos e o Instituto Som de Cristal, a primeira responsável pela revenda de instrumentos de cristal de quartzo e a segunda pelos cursos que ensinam a usar os instrumentos.
O Instituto Som de Cristal
Essa divisão abriu espaço para que eu voltasse a trabalhar mais com aquilo que sempre amei, que é ler, estudar, ensinar, criar, estruturar cursos e workshops, estar a serviço do som cristalino. O antídoto para o meu “quase burnout”.
A felicidade foi voltando, junto com a alegria de estar novamente pensando em criar e formatar cursos.
Foi para atender essa demanda que criamos o Instituto: para ser o braço educacional da Som de Cristal Produtos. Queremos oferecer a todas as pessoas que adquirem uma tigela a oportunidade de aprender, de forma mais profunda, tudo o que ela pode fazer por nós.
Por serem fáceis de tocar, muitas pessoas (a maioria terapeutas) acreditam que é só comprar e sair tocando. Você pode até fazer isto, mas corre riscos. As tigelas escondem tesouros que só são descobertos na sutileza. Elas abrem portais de conhecimento que tem o potencial de transformar nossas vidas.
Seus vários símbolos remetem ao som sagrado que está conosco há milênios, enquanto o material - quartzo - nos leva a conexão com a tecnologia mais moderna.
Descobri que a tigela de cristal é uma ponte entre o muito antigo e o muito moderno.
Para finalizar
Essa é a história que eu e a Rita construímos até o momento, e ela segue sendo escrita.
Formamos muitas pessoas, tocamos para muitas mais. E continuamos firmes divulgando todos os benefícios que a prática do sound healing com tigelas de cristal traz para as nossas vidas. Estamos simplesmente compartilhando de volta tudo o que recebemos delas até agora.
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E se essa ponta de curiosidade inclui escutar o som da tigela, veja logo abaixo uma meditação curtinha com a Rita. Tenho certeza que você será apresentado em grande estilo.
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Com Amor,
Luiz Pontes
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