Tigelas de Cristal de Quartzo - O Poder do Sound Healing na Vida Real
sobre como o som de um instrumento musical me ajuda a ser uma pessoa melhor, um pouquinho por dia
Até hoje não consigo explicar o “clique” que me ocorreu quando escutei o som da tigela de cristal pela primeira vez. Era como se esse som já estivesse dentro de mim, e eu o reconheci imediatamente. Me senti em casa.
Essa sensação de pertencimento, de paz interior e harmonia durou pouco tempo, mas o suficiente para que eu quisesse experimentar mais de algo que apenas belisquei naquele fim de semana. Ficou aquele gostinho de “quero mais”, que me motivou a trazer as duas primeiras tigelas dos EUA.
Uma vez que começamos, eu e Rita, a tocá-las, muita coisa dentro de mim se transformou e continua se transformando. É como se aquele som que já habitava em meu interior tenha sido ativado pelo som externo da tigela de cristal.
Isso criou um certo movimento, que gerou várias mudanças na minha vida, algumas das quais já relatei no post anterior. E criou também um corpo de conhecimento teórico e prático que foi crescendo à medida em que eu estudava mais e mais os efeitos da tigela de cristal em mim mesmo.
Nesse post vou abordar o sound healing, ou terapia do som, a partir de uma perspectiva pessoal, que começou com o mapeamento interno dos efeitos em meu corpo, mente, emoções e espírito, seguido de um estudo aprofundado dos conceitos que envolvem esse tipo de terapia.
O som da tigela de cristal
Quando ouvi o som da tigela de cristal pela primeira vez, não tinha nenhuma referência. Ele era completamente novo para mim, gerou um impacto enorme, e acabou despertando a minha curiosidade.
Como aquele som pôde causar um efeito tão poderoso, a ponto de eu não esquecê-lo? O que ele tinha de especial? Existiriam outros sons parecidos? Qual o seu impacto no corpo e na mente?
Estudei e pratiquei muito para responder a todas essas e muitas outras perguntas. Acima de tudo senti o som da tigela de cristal no meu corpo e entrando pelos meus ouvidos de forma intensa, devido aos anos de prática.
Para ser sincero, eu acredito que adentrei um portal que guarda um conhecimento muito profundo que ainda não toquei nem a pontinha. Ainda vamos ouvir falar muito do som como modalidade terapêutica nos anos e décadas seguintes.
Mas… quais foram os efeitos do som em mim, o que ele fez comigo?
Em primeiro lugar, despertou uma consciência adormecida. Existia algo dentro de mim que precisava entrar em movimento. Era como se o som já estivesse em mim, mas parado, como a água represada. Quando escutei, foi como liberar a água parada, aquela sensação de fluidez.
Também despertou uma certa reverência, uma devoção que desde o começo me fez ver a tigela mais como um “ser” do que um objeto. Alguém que você convida a fazer parte da sua vida, e que aos poucos vai trazendo calma, sutileza, harmonia e paz.
Não só isso, mas também abrindo os canais da criatividade e possibilitando insights em momentos importantes da vida.
Uma das coisas que notei conforme ia tocando no dia a dia era que ia crescendo em mim a vontade de me conectar a algo que me fizesse feliz no trabalho, pois eu já não estava contente com o que estava fazendo na área de tecnologia.
O som da tigela foi me conduzindo pelo processo de me ligar ao propósito da minha alma, até que consegui fazer a minha transição de carreira em 2012. Engatei uma pós em musicoterapia para compreender melhor todo esse universo e comecei a trabalhar com as tigelas de cristal.
Estar envolto na sonoridade da tigela 24x7 naturalmente intensificou todo o processo de transformação. De uma forma geral, aumentou o nível de harmonia da vida e dos relacionamentos (harmonia aqui não significa estar bem com todo mundo - significa estar bem comigo mesmo).
Nem tudo é “cor-de-rosa”
Todos os que levam a sério o trabalho interior de transformação espiritual sabem que nem tudo é maravilhoso, como as vezes a cultura do Instagram dá a entender. Para evoluir, temos que fazer o trabalho sujo de olhar para as nossas mazelas de frente.
Tocar a tigela sempre me ajudou a ver com mais clareza os meus diversos “eus”. O que eles querem, quais são suas necessidades não satisfeitas.
O som cristalino das tigelas começou a me mostrar como eu realmente era:
Talvez eu não seja tão bom (ou mau) assim.
Talvez eu esteja sendo arrogante com Fulano.
Eu não merecia isso.
Encarar a sombra de frente é o trabalho mais importante que podemos fazer com a tigela de cristal. Usar a vibração cristalina da tigela para atingir esse objetivo é um atalho para a auto realização.
Nos momentos de crise, em que sofremos, que nos sentimos sem paciência, preocupados e abandonados por Deus, tocar a tigela com atenção plena é uma benção. O som nos acolhe, trabalhando a aceitação da realidade e ensinando a viver no presente.
A tigela é a companheira que ajuda a suportar o peso que carregamos quando decidimos trilhar a jornada do autoconhecimento autêntico e profundo.
Hoje, nesse mundo que vivemos, cada vez mais caótico e imprevisível, uma das habilidades mais importantes para a nossa saúde geral será a de nos mantermos em contato com a paz interior mesmo em circunstâncias adversas. E a tigela de cristal pode ser uma grande aliada para treinar essa habilidade.
Então você veja, que no final tudo é alquimia, porque é justamente o que fazemos quando tocamos a tigela. Literalmente, estamos “mexendo o caldeirão”, transformando o sofrimento (tudo o que não é “cor-de-rosa”) em alguma ação de valor, voltada para o nosso bem maior.
Com a tigela de cristal na sua rotina, você toma um banho de som diariamente. Você impregna o local onde toca com boas vibrações. Você treina a sua mente. Você relaxa. Olha quanta coisa boa.
Mas afinal, o que é o sound healing?
O que é sound healing
É um termo da língua inglesa (como tantos outros), que podemos traduzir por terapia do som ou terapia sonora. Consiste no uso do som com o objetivo de gerar bem-estar, harmonia e alívio físico, emocional e mental.
Quando comecei a trabalhar com as tigelas de cristal em 2008, o termo “sound healing” ainda era pouco conhecido no Brasil, e conforme o tempo foi passando, percebi que essa prática estava cada vez mais comum.
Prefiro muitas vezes chamá-la de terapia do som, especialmente se estou falando para profissionais da saúde, mas reconheço que o termo sound healing ganhou força e destaque nos últimos anos. Aqui no Substack, vou usar ambos.
Esse tema é gigante, formando um enorme guarda-chuva que eu vou explorando aos poucos por aqui.
Uma observação inicial bastante importante, um disclaimer: a terapia do som (sound healing) não é musicoterapia. É bom que fique claro logo no começo que elas são disciplinas bem diferentes, sendo que a musicoterapia só pode ser exercida por um musicoterapeuta qualificado.
Isto posto, vamos destrinchar o significado do termo em inglês. Você verá que novos significados emergirão, enriquecendo a visão e a compreensão do que é o sound healing.
Geralmente traduzimos a palavra “sound” por “som”, mas ela também tem um outro significado, que nem todos conhecem: “são” no sentido de saudável, com saúde.1
Já “healing” normalmente é traduzido por “cura”, mas se você for na raiz, de onde essa palavra vem? De “whole”, que quer dizer todo, totalidade. Assim, “sound healing” tem o significado um significado mais profundo: “Totalidade saudável”.2
Mas o que seria então essa totalidade saudável?
Totalidade saudável
Assistimos a vida funcionando e fluindo em sua plenitude quando olhamos para um bebê saudável. Nada ali está fora do lugar, e todo o sistema vida que pulsa naquele ser está funcionando perfeitamente.
Logo esse bebê começa a participar do mundo, e não é difícil que, como muitos de nós, ganhem traumas nos primeiros anos de vida. E depois outros tantos mais tarde, no meio e final da infância. Não importa. As sacolas que todos carregamos nas costas, resultado das intempéries da vida, começam a ficar pesadas.
Durante a adolescência normalmente essas sacolas ganham muito peso, e se não prestarmos atenção, vamos para a vida adulta ainda colocando pedras na sacola.
O resultado disso é que uma grande maioria de seres humanos carregam pesadas sacolas consigo. É uma triste e reveladora situação. De bebê perfeito, nos tornamos adultos cheios de traumas. Chegamos a vida adulta longe dessa “totalidade saudável”. Somos seres fragmentados e doentes.
E o que o som pode fazer por nós, quando reconhecemos essa situação no nosso interior? Ele pode nos ajudar a retomar o equilíbrio, a propiciar que aos poucos nos lembremos da totalidade saudável - que todos os órgãos e sistemas do meu corpo, minha mente e emoções estão funcionando em harmonia e perfeitamente, e que habitamos um planeta saudável onde estamos todos interligados uns aos outros.
Acredito que todas as vezes em que toco a minha tigela estou trazendo mais harmonia e perfeição para mim mesmo e para tudo que está a minha volta. Acredito que estou na jornada da totalidade saudável, e a coisa mais importante dessa jornada é o conhecimento de si mesmo.
Precisamos começar a esvaziar as nossas sacolas.
Sound healing como autoconhecimento
Para mim, o principal e mais importante serviço que a tigela tem prestado é ser a condutora do meu processo do autoconhecimento.
Por mais que eu vista muitas vezes o chapéu de terapeuta ou professor, no fundo a tigela é para mim um baita instrumento, que me ajuda muito nesse processo que as vezes é bem difícil de suportar.
Ela me levou a praticar cada vez mais o silêncio, e, claro, a escuta. Não tenho palavras para descrever o que a tigela tem me ensinado a escutar em todos os sentidos: escutar música, escutar a outra pessoa, escutar a mim mesmo.
Ela me colocou em contato com a minha alma, com os meus anseios mais profundos. Ela está aos poucos ajudando a materializar vários sonhos ligados ao meu trabalho.
Tem me ajudado na árdua tarefa de olhar para os meus maiores desafios de frente, para reconhecer a sua natureza ilusória.
A tigela, portanto, não é somente um instrumento musical. Ela nos guia no caminho do reencontro com a nossa essência.
Ela já me ajudou muito, e continua ajudando.
Mas eu sempre fui muito inquieto com relação a ajudar as outras pessoas, e logo encontrei formas de usar a tigela de cristal para ajudar o próximo.
Sound healing como serviço ao próximo
Quando doamos o nosso amor de forma desinteressada, saímos muito mais felizes e plenos da atividade. Todos que vivenciaram isso pelo menos uma vez sabem do que estou falando.
A tigela de cristal sempre foi, desde o começo, um instrumento muito apropriado para usar em trabalhos voluntários. Tanto que fizemos vários ao longo dos anos.
Tocamos em hospitais, clínicas, ONG´s e outras instituições, que nos deram a oportunidade de apresentar o som das tigelas para pessoas simples, muitas vezes pacientes graves. Tocar para essas pessoa foi um dos maiores presentes que já recebi das tigelas.
Ter a benção de ser o instrumento para aliviar uma dor física, um sofrimento emocional, ou para aquietar uma mente ansiosa é daquelas coisas que não tem preço. Tudo isso eu recebi das tigelas de cristal.
Uma vez estava tocando como voluntário na Casa do Zezinho, uma ONG da zona sul de SP que trabalha com a comunidade carente do Capão Redondo, e uma mulher já idosa, muito simples, relatou que ela se transportou para a cidade onde ela nasceu, e ficou contemplando o som do sino da igreja. Imagina como deve ter sido bom para ela esta experiência.
Para finalizar
Não exagero quando conto a história das tigelas de cristal na minha vida. Elas realmente desempenham um papel fundamental em como eu vejo a mim mesmo nas situações, como eu ajo e me comporto.
Elas tem ajudado a moldar a forma como eu vejo o mundo, como eu respondo ao mundo.
À medida em que tenho aprendido na prática o que é harmonia - tocando as tigelas de cristal - sinto esse poder cada vez mais próximo a mim, mesmo entre eventos muitas vezes dramáticos.
De uma forma geral, vejo com mais clareza e tenho mais equilíbrio para tomar decisões importantes. Me estresso menos com as pequenas coisas do dia a dia (aquelas bem chatinhas). Rezo, medito, toco a tigela e aumento a minha fé um pouquinho por dia.
Para mim, tocar a tigela de cristal é abrir um portal para o novo. É permitir que a vida seja mais leve e harmoniosa, mesmo nos momentos mais difíceis. É expandir o amor e a compaixão para tudo e todos.
E se você se animou com o assunto, está curioso e quer mais, sugiro que você assista uma aula que gravei sobre o que é sound healing, no youtube. Para acessar basta clicar aqui.
Com Amor,
Luiz Pontes.
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